Claudemir Casarin - Psicólogo
Segundo o instituto Datafolha, em 2011, 55% dos brasileiros acessam a internet.
Estamos permanentemente ligados ao notebook, ao ipad, ao smartphone.
Todos nós temos um blog, um twitter ou um e-mail que nos mantêm
fixados ao mundo virtual das relações desprovidas de tato, de cheiro,
de carne e calor humano.
A televisão, a internet, o telefone celular nos dão a sensação de que
nunca estamos sozinhos, quando na verdade estamos cada vez mais longe
uns dos outros, cada vez mais reféns dos tecno-relacionamentos da rede
mundial de comunicação sem interlocutor.
Vivemos num mundo onde o individualismo está sendo levado ao extremo
pelo desenvolvimento de tecnologias próprias ao isolamento das
pessoas. Buscamos o outro no vazio das relações digitais.
Contabilizamos nossas amizades pelo número de contatos do “fakebook”,
com “k” mesmo.
Nada mais sem sentido que nos sentirmos próximos de um coreano porque
podemos postar nossa opinião sobre seu peixinho de estimação, num blog
desatualizado do outro lado do mundo.
A tecnologia está afastando pais e filhos. E para disfarçar o
crescente vazio relacional familiar aceitamos as afirmações sugeridas
pelo google, grosseiramente traduzidas, de que nossos filhos são mais
inteligentes na medida em que são mais capazes de manipular as novas
tecnologias.
Claro que a internet tem utilidade, até reencontramos alguns amigos
através dela. A melhor coisa que inventaram foi o celular com GPS para
acompanharmos os filhos quando crescem. Mas é preciso cuidado para não
nos deixarmos hipnotizar pelas falácias tecnológicas das pontocom.
Tecnologia é uma coisa fantástica, dá até para acessar o Santa num
e-book, mas nos relacionamentos humanos nada supera um beijo, um
abraço, um aperto de mão.
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